Voltei aqui para falar de um livro que me marcou muito quando o li pela primeira vez em agosto de 2022 e que reli ironicamente em agosto de 2023. Só irei deixar uma pergunta antes de falar sobre o Sidarta. Por quê? E como um livro te marca?
Isto não é uma resenha!
Sidarta foi o primeiro livro que li de Herman Hesse, foi um dos primeiros livros que peguei na biblioteca da minha cidade (Provavelmente uma das razões para ter me marcado). Sempre tive curiosidade em relação ao budismo, só que minha preguiça e ignorância impedia de dar o pontapé inicial. Não sei onde e como tive contato com a existência, apenas sei que o nome Sidarta ficou no meu subconsciente. Quando procurava algum livro naquele pequeno acervo da biblioteca, vários títulos que não conhecia e outros apenas de relance, encontrei no meio de um nicho da coleção Globo (Os livros da capa verde com jacket) peguei no mesmo momento e chegando em casa comecei a ler. Quanto mais eu avançava na leitura, sentia que o livro tinha sido escrito diretamente para mim. Foi a primeira vez que me vi em um personagem quase como um duplo.
Para quem nunca leu Sidarta ou pretende em algum dia ler um resumo que posso dar em uma única frase é. Em busca do conhecimento geral e do porquê dele.
A mesma pergunta e sede que Sidarta sentia era a mesma que me perseguia desde criança e ainda persegue e tive um tipo de autoanalise muito forte pensando “O que estou buscando tanto? / Será que é uma coisa simples a resposta que complico por que às vezes não aceitamos a simplicidade e sim a complexidade?” Sidarta achou a resposta, eu ainda não e ainda vai demorar para encontrar. No momento em que fechei o livro, falei apenas uma coisa, “Ano que vem vou reler.” tinha percebido que esse tipo de livro não para ser lido uma vez na vida e talvez uma releitura na morte. Mas sim uma revisitada constante como uma Bíblia. A visão é outra quando se rele com olhos envelhecidos.
Dito e feito, agosto deste ano, sem querer reli o livro só que em outra biblioteca (Da cidade vizinha Duque de Caxias) e estava certo, uma resposta encontrei para aquela pergunta — “O oposto de cada verdade é igualmente verdade.” Isso significa: uma verdade só poderá ser comunicada e formulada por meio de palavras, quando for unilateral. Ora, unilateral é tudo quanto possamos apanhar pelo pensamento e exprimir pela palavra. Tudo aquilo é apenas um lado das coisas, não passa de parte, carece de totalidade, está incompleto, não tem unidade — na primeira leitura tinha ignorado trechos como estes, e ela esclarece muitas coisas. Uma resposta universal para milhares de perguntas. Outra frase que resume este livro. Não vou falar muito, mas desse grande livro para não estragar a experiência de quem pretende ler, um dia ainda irei falar apenas do enredo em si. A única coisa que eu digo é recomendo para que todos os leiam.